Quinta, 31 de Julho de 2025
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa em Roma, na Itália, onde estava foragida há dois meses. A prisão não encerra automaticamente o caso da parlamentar no Brasil. Zambelli possui dupla cidadania e saiu do Brasil em busca de asilo político após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023.
Segundo as investigações, Zambelli foi a autora intelectual da invasão ao sistema para emitir um mandato falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. O hackeamento foi executado por Walter Delgatti, que também foi condenado e confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.
Após a fuga para a Itália, o governo brasileiro solicitou a extradição da deputada para o Brasil. A decisão final sobre a extradição será da Justiça da Itália e do governo local. Em geral, o processo de extradição é demorado porque passa por diversos trâmites nos quais são avaliados aspectos previstos na legislação italiana e nos acordos internacionais firmados entre as duas nações.
Em junho, a Câmara dos Deputados autorizou a deputada a tirar 127 dias de licença não remunerada. Se a parlamentar não retomar o mandato após o fim de licença, poderá ser cassada por faltar às sessões. Zambelli também é alvo de processo de cassação na Casa.
Pelas redes sociais, o advogado Fábio Pagnozzi disse que Carla Zambelli se entregou às autoridades italianas para colaborar com as investigações. Segundo o defensor, a deputada tomou a iniciativa de se entregar à polícia: 'Carla busca a não extradição e ser julgada com imparcialidade.'